domingo, 21 de abril de 2013

Poema: Enigma

Hoje olho no espelho e não vejo mais a face que vi ontem
Vejo apenas alguém perdido,
perdido em medos e dúvidas.
Tento a cada dia, de alguma forma, decifrar o enigma que rodeia este rosto.
Um enigma que me parece cada vez mais indecifrável.

Não consigo entender este rosto,
estes olhos,
esta boca.
O que esta expressão significa?
Quanto mais olho, mais me sinto perdido!

F. G. Silva

Clássicos: A hora da estrela - Clarice Lispector

Nesta série, chamada "Clássicos" (criatividade a mil), indicarei os clássicos que já li e gostei. Não farei uma resenha do livro, simplesmente irei comentar um pouquinho, nada muito elaborado.

Eu sou adepto do movimento "Leia o que quiser", mas de vez em quando é bom experimentar coisas novas, então indicarei clássicos para quem quer começar. Não estipularei um tempo para as postagens, mas provavelmente será uma vez por mês.

Irei começar com o livro "A hora da estrela" da escritora mordenista, Clarice Lispector.
Pois que a vida é assim: aperta-se o botão e a vida acende. Só que ela não sabia qual era o botão de acender

Lançamento: 1977
Autor: Clarice Lispector
Editora: Rocco
Paginas: 87
Sinopse:A história da nordestina Macabéa é contada passo a passo por seu autor, o escritor Rodrigo S.M. (um alter-ego de Clarice Lispector), de um modo que os leitores acompanhem o seu processo de criação. À medida que mostra esta alagoana, órfã de pai e mãe, criada por uma tia, desprovida de qualquer encanto, incapaz de comunicar-se com os outros, ele conhece um pouco mais sua própria identidade. A descrição do dia-a-dia de Macabéa na cidade do Rio de Janeiro como datilógrafa, o namoro com Olímpico de Jesus, seu relacionamento com o patrão e com a colega Glória e o encontro final com a cartomante estão sempre acompanhados por convites constantes ao leitor para ver com o autor de que matéria é feita a vida de um ser humano.

E agora - agora só me resta acender um cigarro e ir para casa. Meu Deus, só agora me lembrei que a gente morre. Mas - mas eu também?! Não esquecer que por enquanto é tempo de morangos. Sim

Comecei o livro com certo entusiasmo, já que várias pessoas me disseram que o mesmo era maravilhoso, e eu confirmo essa característica. O livro se resume em uma palavra "Perfeito".

O livro é doce e  profundo, a escrita da Clarice é completamente envolvente, a partir do momento em que você começa a ler não consegue mais larga-lo, fica sempre querendo saber o que irá acontecer com a ingênua Macabéa. Clarice nos faz refletir sobre diversas questões da vida.


Apesar de assustar de primeira, ele realmente é um livro fácil de ler, contudo é necessário que o leitor use a cabecinha durante a leitura. Não é um livro que se lê como se lê um “Crepúsculo” ou um “Percy Jackson”, é necessária certa reflexão durante a leitura.


“Felipe, será que eu vou gostar?” Se você começar a lê-lo forçado, provavelmente não. Minha dica é: Leia somente se a estória te interessar, porque o que não falta são clássicos por aí, então você pode escolher o que quiser.