terça-feira, 31 de março de 2015

Uma jornada aeroportuária: Aprendiz

Eu nunca fui criado a pão-de-ló, minha vida sempre foi pautada em preocupações e dilemas. Desde os meus catorze anos me preocupo com o meu futuro, dilemas comuns de adolescente. Sempre tive a pergunta mais clichê da adolescência “O que eu vou fazer da minha vida?”. Eu não tinha a resposta. Pra grande parte dos adolescentes, a resposta está na faculdade e pra mim não é, nem foi diferente. Mas como chegar a faculdade? Aluno de escola publica e sem a menor condição financeira de bancar uma faculdade particular. Eis a resposta: Trabalhar.

Aos meus 16 anos tive a oportunidade de participar de um processo seletivo para jovem aprendiz em uma grande empresa aérea brasileira. Eu: Um poço de timidez. O aeroporto: Um poço de cultura e pessoas. Sempre tive a certeza de que trabalhar com pessoas não era o meu dom, mal conseguia olhar nos olhos de quem quer que fosse para iniciar uma conversa. Porém, eu precisava trabalhar, precisava de experiência em algo. Por que não tentar? Não era meu primeiro processo seletivo, longe disso, já era o quinto. Foram duas fases intensas, onde tive que abandonar a timidez e vestir um personagem, afinal quando queremos algo, não existe barreira (ou timidez) que nos impeça. Então, no dia 21 de agosto de 2013, fui contratado. Apesar do momento de euforia e orgulho de mim mesmo, na minha cabeça surgiram outros dilemas: E agora? Como o menino tímido vai conseguir enfrentar uma multidão de pessoas todos os dias? A resposta estava dentro de mim, eu sabia que podia, então eu fui. Por que não enfrentar um desafio? Eu sabia que fugir não era a melhor resposta e eu precisava daquilo, precisava quebrar essa barreira dentro de mim.

Eu trabalharia no check-in, então precisei passar por um treinamento antes. Eram 30 jovens de idades que variavam entre os 16 e 18 anos. Todos dispostos a enfrentar aquilo. Alguns mais pro ativos, outros mais sociáveis e havia eu. O menino que sentava no canto do fundo da sala. O invisível. Era assim que eu queria ser naquele começo. Senti que estava indo para o campo de batalha e precisava reconhecer o terreno e a quem poderia me associar de quem deveria manter distancia. Confesso que foi um momento onde criei um pré-conceito de todos, era um habito meu, eu precisava saber onde estava pisando. Foram oito dias de treinamento, oito dias de agonia e medo do que me esperava no aeroporto.

"A verdade é: Se você não quer, então sai e dê a vaga pra quem realmente quer, afinal tem milhares de pessoas que matariam para estar no seu lugar." Disse a instrutora em uma das aulas. Eu senti aquilo diretamente, foi o momento em que quase desisti, o momento em que pensei largar tudo e correr para as colinas. Mas eu parei, respirei e resolvi enfrentar. Eu não tinha nada a perder, não é mesmo? A vida vai além daquilo que você acha que é capaz, por que não enfrentar os próprios medos? Por que não dar uma chance a experiências que nunca pensou que viveria? Nós não sabemos se existem outras vidas, então vamos pular através de cada janela de oportunidades que tivermos e foi o que eu fiz. Eu pulei. Na verdade, eu me joguei. Eu não tinha certeza se ia dar certo, não tinha certeza se era aquilo que eu queria, mas eu arrisquei e fui ao ultimo dia de treinamento. Faltavam menos de doze horas para o inicio do desafio e eu estava preparado (ou achava que estava).

domingo, 29 de março de 2015

Ônus e Bônus

Estive pensando sobre o que escrever, minha vida anda meio corrida, não tenho tido tempo nem de pensar sobre o que comer, simplesmente como. A realidade é que tenho analisado a vida como uma grande experiência, tentando deixar de lado os rodeios poéticos e indo para um lado mais certo e objetivo.

Digamos que a vida é uma grande experiência e por que não aproveitar todos os seus lados? Às vezes quando as coisas não acontecem exatamente como nós gostaríamos, pensamos que as coisas estão dando errado. A realidade é que às vezes perdemos muitas oportunidades por estarmos procurando o trevo de quatro folhas. Mas olhe ao redor, o trevo está em todos os lugares, nós temos que agarrá-los com todas as forças e enxergarmos cada brecha que a vida nos dá.

Simplesmente pare por um momento. Olhe para você e sua vida. Não olhe para o obvio, enxergue a vida como uma grande experiência e pule sobre cada janela aberta. Faça com que a vida tenha sentido. Não pense que as coisas cairão do céu, lute por elas. Seja você mesmo e absorva as coisas boas, aprenda com as ruins e não se esqueça de que cada experiência gera um ônus e um bônus, basta enxergar todos os lados.

domingo, 15 de março de 2015

Nós encontramos o País das Maravilhas

O que seria o País das Maravilhas? Wonderland? Um mundo de ilusões onde as coisas boas parecem ruins e as ruins boas, a gente vive encarando situações assim na vida. Quando você cai no buraco do país das maravilhas é difícil achar o caminho de volta. As coisas queimam muito rápido, o pequeno te faz grande, o grande pequeno. Como seguir em frente quando você nunca esteve tão mal, mas ao mesmo tempo tão bem?

Digamos que olhar pra frente é uma grande solução, continue caminhando, seja qual for o seu país das maravilhas. Ele não é tão maravilhoso assim, disso eu tenho certeza. Não siga o coelho, ele vai te levar direto a rainha de copas, siga seus instintos, siga em frente, se siga. Seus próprios passos te dirão como sair dessa emboscada maravilhosa

O mais importante de tudo: Aproveite a viagem para aprender. Aprenda enquanto caminha, absorva, porque toda experiência, seja ela ruim ou boa, só faz sentido se vier acompanhada do aprendizado. O país das maravilhas é lindo, mas cuidado com os cogumelos, eles nem sempre são confiáveis. Enfrente o que tiver que enfrentar, mas nunca se esqueça: Em frente.


Caixa de correio #1












Caixa de correio? O que é? Como assim? Do que se trata? Caixa de correio nada mais é do que uma postagem sobre os livros que recebi. Espero que as postagens virem rotina aqui no blog, nada melhor do que novos livros na estante, não é mesmo?

Dom Camurro (Machado de Assis) - O marido, a mulher, o amigo íntimo. Adultério? Esta dúvida, que corrói o espírito do narrador de Dom Casmurro, pode ser esclarecida? Neste romance, Machado de Assis propõe um surpreendente enigma, enquanto focaliza com a habitual ironia a sociedade de seu tempo e apresenta algumas das personagens mais perfeitas da ficção brasileira.




Mensagem (Fernando Pessoa) - Único título publicado em português por Fernando Pessoa em vida, Mensagem é sem dúvida um dos poemas mais importantes do século XX, ao lado de Waste Land, de T. S. Eliot, dos Cantos, de Ezra Pound e das Elegias, de Rilke, entre outros. Cada um dos 44 poemas escritos ao longo da vida podem ser lidos independentemente ou em conjunto. 




Poemas de Amor de Fernando Pessoa - Dizem que o amor está na moda, assim como sua tradução mais perfeita, a Poesia. De Petrarca e Shakespeare a Fernando Pessoa e Verrlaine, o amor é eterno - as formas de manifestá-lo podem mudar, não a essência. Poetas de todos os tempos e de todos os idiomas traduzem para nós estas sensações. E é para falar diretamente aos corações que a Ediouro a Coleção Poemas de Amor.


Refém da Obsessão (Alma Katsu)- Havia uma parte em Lanny que queria ser punida. Um pedaço de seu coração que acreditava que ela merecia o horror de ser imortal, a tristeza de ver todos aqueles que amara partirem, enquanto ela só podia conviver com as perdas e as lembranças. Terríveis e solitárias lembranças. Este “dom”, oferecido pelo mais malvado dos homens, Adair, era, para ela, a resposta a uma pena que ela deveria cumprir.
Mas, apesar das culpas e do castigo que pensava merecer, ela ainda sonhava. E esperava ser redimida por ter dado a Jonathan — seu grande amor — o esquecimento que purifica todo ser de sua dor: a morte.
No entanto, bem no fundo de sua alma, ela suspeitava que, fosse o que fosse que a atraísse para Adair (e para sua maldade), fosse qual fosse o infeliz sentimento que os aproximara, este sentimento não fora totalmente exorcizado.
Não importava que ela tivesse chegado ao cúmulo de emparedar aquele homem mau e deixá-lo para apodrecer, não importava que o tempo tivesse passado, nem que, hoje, ela pudesse contar com o apoio e os braços fortes e acolhedores de Luke... Adair estava por perto, ela podia senti-lo, e seu poder era inexorável.